segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Iremos a tempo?

Aprovar ou não aprovar, eis a questão.
O Governo apresentou ao país um orçamento que fará história, pois este documento irá reger não só o próximo ano, mas também influenciar o futuro do país a médio e longo prazo.
Há um aumento brutal da carga fiscal para as empresas e para as famílias, as deduções fiscais reduzem-se, os incentivos à família e à natalidade foram arrasados, não existem incentivos à criação de postos de trabalho,…
Este é um orçamento que, na melhor das hipóteses, poderá resolver os problemas contabilísticos da governação, reduzindo a curto prazo esse monstro que é o deficit. Mas e a economia? E as famílias? E o país? E o futuro? Tudo indica que, a médio prazo, voltaremos ao mesmo, ou seja, mais uma crise e mais um aumento da carga fiscal.

Qual deve ser então a posição da Oposição nesta discussão?
Deve assumir que discorda desta proposta e ser responsável pela queda do governo? Se o fizer, cria-se instabilidade política e nos mercados financeiros, mas cria-se também uma oportunidade de mudança que pode ser o catalisador das reformas necessárias ao país.
Ou deve garantir a estabilidade política e deixar passar algo que poderá envenenar o país em pouco tempo? Se o fizer, adia a crise política para depois das Presidenciais, mas condena o país a mais anos de penúria.
O que é certo é que o país precisa de uma mudança profunda e urgente, não se compadecendo de calendários eleitorais. E o governo, tão fraco como está, parece condenado a cair, seja por iniciativa própria, da oposição ou do Presidente da República. Apenas estamos a adiar o inevitável, a mudança que terá de vir mais cedo ou mais tarde e, pelo caminho, vamos matando o que resta da nossa economia.
Resta saber se vamos a tempo de procurar uma renovação na continuidade, evitando soluções mais radicais.
Iremos a tempo?

1 comentários:

André disse...

"O senhor é passado, já não recupera, os portugueses não o vêem como solução, vêem como problema. Ponha a mão na consciência, perceba o mal que fez e tenha um gesto de humildade: saia!"
Paulo Portas