quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da austeridade de Sócrates


Começa hoje, dia 1 de Julho, mais uma etapa de dificuldades acrescidas para todos nós. Aumentam os impostos, aumentam os preços dos combustíveis, aumentam os preços dos bens alimentares. Aumenta o custo de vida de uma maneira geral, aumentam os sacrifícios.

Não tenhamos ilusões, os sacrifícios têm de ser feitos. Isso é um facto. Mas aquilo que sacrificamos é uma escolha, uma escolha política. E este governo faz as escolhas erradas, sacrificando as famílias e as empresas ao invés de sacrificar a gordura do Estado.

Estamos a aumentar os nossos sacrifícios para dar mais dinheiro ao Estado. Um Estado endividado que gasta demais, gasta mal e nos serve mal. Pagamos para manter uma função pública exagerada e um Estado Social mal pensado e que subverte muitos dos valores sociais necessários ao progresso económico, como os valores do mérito, do trabalho e do esforço profissional e académico.

Não discutimos a necessidade de um Estado Social. É uma condição básica para a construção da Democracia que defendemos. Mas o Estado Social existente em Portugal (uma das maiores fontes da nossa despesa pública) é demasiado pesado, ineficiente e promove a subsídiodependência e a preguiça. Defendemos um Estado Social que (fazendo uso das palavras de Churchill) seja como uma rede abaixo da qual ninguém possa cair, mas acima da qual todos possam voar consoante as suas ambições e capacidades.

O Estado Social em Portugal, ao invés disso, onera as famílias e as empresas, desincentiva a criação de riqueza e de postos de trabalho e causa várias injustiças sociais, principalmente sobre a classe média e média-baixa. E, ao mesmo tempo que subsidia a preguiça e a falta de iniciativa, não consegue dar apoio digno à terceira idade (grupo em maiores dificuldades no país) nem reduzir a pobreza em Portugal.

Sejamos claros. O Estado deve gastar menos e gastar melhor. O dinheiro deve ficar nas famílias para incentivar a poupança e dinamizar o mercado interno e deve ficar nas empresas para incentivar o investimento, a criação de riqueza e a criação de emprego. Pedir a estes agentes económicos que entreguem a riqueza que geram a um Estado gastador e injusto é estrangular a economia e impedir a retoma económica no futuro próximo.

E nós cá estamos para pagar.

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